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Postado em 21 de Outubro às 05h05

42 Empresários Catarinenses Participam do 6º Seminário Sul-Brasileiro da Indústria Gráfica

ABIGRAF/SC - Associação Brasileira da Indústria Gráfica Regional Santa Catarina Novas tecnologias e gestão de pessoas deram o tom do 6º Seminário Sul-Brasileiro da Indústria Gráfica, realizado no dia 19 de...

Novas tecnologias e gestão de pessoas deram o tom do 6º Seminário Sul-Brasileiro da Indústria Gráfica, realizado no dia 19 de outubro no Sebrae-PR, em Curitiba.

O evento reuniu cerca de 250 participantes, entre empresários, colaboradores, fornecedores e parceiros do setor, provenientes do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, sendo 42 catarinenses.

Organizado pela Sigep/Abigraf-PR, em parceria com as regionais de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, o evento trouxe uma reflexão sobre o futuro da indústria gráfica com a pergunta "Quais Suas Impressões Para o Futuro?". Segundo o presidente do Sigep/Abigraf-PR, Marcos Dybas, a programação abordou com profundidade temas como inteligência artificial, automação, gestão de pessoas e sustentabilidade. "O presente e o futuro da indústria gráfica precisam estar alinhados com essas tendências. As palestras e painéis trouxeram essa visão de forma clara e prática", afirmou Dybas.

O presidente da Abigraf-SC, Evandro Volpato, destacou a importância do evento em motivar os empresários a inovarem e se modernizarem. Ele citou como exemplo a adoção de ferramentas simples de inteligência artificial, como robôs para atendimento via WhatsApp, que podem tornar o atendimento mais ágil e eficiente. "O Seminário mostrou que sair da zona de conforto e explorar novas tecnologias é essencial para tornar os negócios mais produtivos", comentou Volpato.

Cidnei Barozzi, presidente da Região Sul da Abigraf Nacional, ressaltou a velocidade das mudanças tecnológicas e a necessidade de adaptação. "Estamos vivendo um momento de transição, onde a inteligência artificial se torna uma ferramenta indispensável nas gráficas. O evento ajudou os empresários a entender como essas tecnologias podem ser aplicadas de forma prática para aumentar sua competitividade", disse Barozzi.

Julião Flaves Gaúna, presidente da Abigraf Nacional, observou que a 6ª edição do Seminário foi especialmente relevante por tratar de questões urgentes para o setor. "A indústria gráfica sempre esteve em transformação, mas a velocidade dessas mudanças nunca foi tão grande. O conhecimento compartilhado aqui, voltado para a implementação de automação e IA, ajuda o empresário a entender o que precisa ser feito agora para continuar crescendo", afirmou Gaúna.

Dando suporte desde o início ao desenvolvimento do Seminário, Andrea Vichi, gestora operacional da ABITEC - Divisão de Inovação e Tecnologia Gráfica da Abigraf Nacional, avaliou que o evento cumpriu todos os seus objetivos. "Planejamentos os conteúdos para levar os participantes a refletirem sobre os temas e sobre o momento do mercado e, em especial, de suas empresas. Todas as palestras cumpriram seu papel e conseguimos sensibilizar os empresários a fazerem uma análise de seus negócios e eventuais reformulações".


Veja agora um breve resumo de cada palestra.

"Protagonismo e Liderança na Era do Comportamento Exponencial", com Gui Zanoni, especialista em liderança, inovação, criatividade e novos negócios.

Gui Zanoni pontuou mudanças no mundo nas últimas décadas em relação ao acesso ao conhecimento, à informação, ao surgimento desenfreado de tecnologias e ao comportamento dos consumidores.

Ele destacou como o mundo deixou de ser linear com a chegada da internet e o quanto essa mudança desafia diariamente as empresas a se adaptarem ao que os consumidores buscam.

"Com a internet, mudou a forma como acessamos entretenimento, como usamos os transportes, como compramos, como viajamos...Hoje 74% das pessoas passam mais tempo nos equipamentos eletrônicos do que vendo TV. Por isso, instigo todos os participantes do Seminário a avaliarem como estão se adaptando às mudanças e como as estão aproveitando para o desenvolvimento pessoal e profissional, inclusive em suas gráficas".

Para Zanoni, o grande recado é para que as pessoas aproveitem as evoluções no mundo e toda a tecnologia que está disponível, como as inteligências artificiais, para serem protagonistas de suas vidas. "Seja protagonista da sua vida. Aprenda a aprender todos os dias, colabore sempre que possível e entenda que um dia que acaba e menos um dia para você viver".


"Como Alavancar o Seu Negócio com a Inteligência Artificial", com Dornelles Vissotto Junior, especialista em áreas estratégicas de inovação e inteligência artificial, e Kauana Vissotto, especialista em marketing, liderança, inovação e gestão 4.0.

Os especialistas começaram orientando os participantes a, ali mesmo, pegarem seus smartphones e acessarem o ChatGPT. Para eles, essa ferramenta é a porta de entrada para o mundo da inteligência artificial. "Tem gente que acha que a inteligência artificial é um robô gigante que vai tomar nossos empregos. O empresário gráfico tem que descontruir a barreira da inteligência artificial e passar a usá-la para potencializar os negócios", disse Dornelles.

Além do ChatGPT, os dois apresentaram uma série de ferramentas de inteligência artificial simples de usar, explicando o que cada uma tem de melhor.

O principal conceito que os palestrantes destacaram é que é preciso enxergar a inteligência artificial como complemento à inteligência humana. "Temos estudo que mostram que o uso adequado de inteligência artificial pode economizar 20% do tempo de trabalho operacional. Então, com IA, as pessoas podem ser melhores profissionais, fazendo mais coisas que sozinhas não conseguiriam fazer", afirmou Kauana.


"Redução de Custos Operacionais para Impactos Sustentáveis", com Josemar Thans Ackler, especialista no segmento gráfico, gestão da qualidade e redução de perdas, e com Weliton Bueno, diretor do Instituto Ackler, que se destaca pelo desenvolvimento e capacitação de equipes.

Josemar começou afirmando que os processos para produtividade e redução de perdas passam pela valorização do potencial das pessoas. Ele deu exemplos ligados ao esporte, citando diferenciais de líderes como o técnico de vôlei, Bernardinho, que consegue extrair o máximo potencial das pessoas que lidera, alcançando ótimos resultados.

O palestrante orientou os empresários a mapearem corretamente a produtividade atual para iniciarem qualquer projeto de evolução nessa área. "As perdas podem estar no desperdício de materiais, no tempo ocioso de colaboradores, nas falhas de máquinas, no retrabalho, entre outros pontos. Identificando isso, fica mais fácil para definir as áreas de melhoria na empresa e aplicar as correções necessárias para o aumento da produtividade".

Weliton Bueno destacou a importância da redução de tempo para ganho nos resultados da gráfica. Fazendo comparação com a Fórmula 1, que reduziu o tempo de troca de pneus dos carros em 97% de 1950 para hoje (de 67 segundos para 1.2 segundo), ele mostrou cases em relação ao setup nas gráficas. "Reduzimos em 65% a perda de papel e em 75% o tempo de setup. Nos cálculos, houve um ganho de 25 horas de produção por semana ou 50 dias de produção a mais por ano. E houve redução de papel de 516 mil metros ao ano, o que dá 112 bobinas ao ano. Na Fórmula 1 o sucesso depende de precisão, velocidade e inovação e tudo isso pode ser replicado na indústria gráfica".


"Case Boticário", apresentado por Tiago Martinello, diretor de Suprimentos Diretos do Grupo Boticário.

Tiago Martinello contou um pouco da história do Grupo O Boticário, desde o surgimento da marca O Boticário em 1977, quando o farmacêutico Miguel Krigsner abriu uma pequena farmácia de manipulação em Curitiba. O Grupo em si foi fundado em 2010 e hoje engloba 14 marcas (O Boticário, Eudora, Quem Disse, Berenice!, Vult, Beleza na Web, Mooz, O.U.I, Fundação GrupoBoticário, Instituto GrupoBoticário, Casa Magalhães, GAVB, Dr. Jones, Truss, Tô.Que.Tô e Au.Migos).

O Grupo atua em vários canais, com quatro mil lojas em 1.750 municípios do Brasil; venda direta com milhões de revendedores, varejo online e canais não proprietários (farmácias, supermercados, barbearias etc.). É a maior rede de franquias do Brasil e está presente em 16 países. Entre os destaques, é a marca de cosmético mais amada do país, a quarta empresa de reputação mais sólida do Brasil, empresa do ano pela premiação Melhores do ESG 2024 e a mais inovadora do pais em cosmético, higiene e limpeza.

Entre as explicações do modo de atuar do Grupo, e que pode inspirar os empresários gráficos, Martinello destacou três pilares: "Primeiro, temos o cliente no centro das decisões. Sempre buscamos desenvolver produtos para necessidades específicas dos consumidores. Segundo, usamos muita tecnologia e inovação para reinventar o futuro da beleza. Há sete anos, por exemplo, já usamos inteligência artificial para criar fragrâncias. E, terceiro, buscamos o crescimento sustentável e compartilhado. Acreditamos que tudo o que fazemos tem que ser bom para todos (clientes, fornecedores, parceiros, franqueados, revendedores e para o meio ambiente)".


"Os Desafios da Empregabilidade", com Andrea Vichi, especialista-técnica em diversos segmentos da área gráfica e gestora operacional da ABITEC - Divisão de Inovação e Tecnologia Gráfica da Abigraf Nacional.

Um dos pontos destacados por Andrea foi a necessidade de identificar o perfil da pessoa que se pretende contratar. A orientação é fazer a seleção por competências. Nesse modelo, segundo ela, o ideal é analisar primeiro a habilidade (como fazer) e a atitude (desejo de fazer) do candidato, e só depois levar e conta o conhecimento (o que fazer e porque fazer)?.

Para Andrea, este modelo de avaliação está alinhado com as mudanças no mundo e, consequentemente, nas relações entre empresas e profissionais. Hoje, em vez de se seguir a ordem estabelecida de um mundo rotineiro e linear como era alguns atrás, privilegia-se a flexibilidade, colaboração, autonomia e a adaptação às mudanças tecnológicas e sociais.

"Na produção, por exemplo, isso significa ter pessoa com visão acelerada para estar olhando para todos os ângulos o tempo todo, porque vai ter que acompanhar todas as mudanças. No entanto, pode ser que o colaborador seja muito bom em algo, mas que essa competência não seja exigida no cargo em que está. O desafio é o empresário saber qual é a visão e as habilidades que o cargo precisa. Acertar isso tem um grande impacto positivo para a empresa".

A especialista ainda destacou a necessidade das várias gerações (Baby Boomers, X, Y e Z) existentes dentro das empresas ao mesmo tempo convergirem em vez de conflitarem. "Nesse encontro das gerações, o principal não é sobre criticar e nem comparar, é sobre integrar e conectar. Os membros da geração Baby Boomers contribuem com suas experiências e os da geração X com pensamentos criativos".


"Panorama do Mercado Brasileiro: Como se Preparar para os Desafios Apresentados na Feira Drupa", com os presidentes das Abigrafs do Paraná, Marcos Dybas; de Santa Catarina, Evandro Volpato, e o presidente para a Região Sul da Abigraf Nacional, Cidnei Barozzi. Também participaram Alexandre Keese (APS Eventos), Edsel Lonza (Quimagraf) e Eduardo Nieto (Konica Minolta/Copylink). A mediação foi de Andrea Vichi.

Cada um deles expôs as suas impressões a respeito de empregabilidade, robotização, automatização e inteligência artificial.

Veja:

Alexandre Keese: "A automação é viável, as empresas estão mais tecnológicas e eficientes, dando mais entrega e empregabilidade. Analisando o que vi na Drupa e com pesquisas da Fespa, vejo que os profissionais precisam ser mais competentes. Os que só apertam botão têm vida curta. Hoje, por exemplo, temos o conceito de uma pessoa só operando duas máquinas offset, algo impensável dez anos atrás".

Julião Flaves Gaúna: "O maior desafio que vejo é que temos profissionais na casa dos 50 e 60 anos muito capacitados, mas sem conhecimento da inovação. Precisamos valorizar essas pessoas, fazendo com que elas entendam esse novo modelo tecnológico para que continuem produzindo em nossas gráficas. Nós, da Abigraf Nacional e das regionais, temos que repassar conhecimento a estes profissionais com várias ações, como este Seminário Sul-Brasileiro da Indústria Gráfica. E os colaboradores também precisam fazer sua parte, indo atrás do aprendizado".

Eduardo Nieto: "A inteligência artificial está sendo a nova tecnologia industrial 5.0 e a Konica Minolta fez na última Drupa uma prévia do que será a indústria 5.0, com robôs. A ideia não é retirar o ser humano do trabalho, e sim auxiliá-lo para que facilite o trabalho dele. Importante que os empresários enxerguem que não adianta mais estressar as pessoas como fazíamos antigamente. É preciso que todos nós, colaboradores e empresários, aproveitemos as tecnologias para aumentarmos a produtividade. Assim, vamos ganhar tempo para termos mais qualidade de vida".

Evandro Volpato: "A robotização existe há muito tempo nas grandes indústrias e não tem volta. Na década de 90, quando se começou a falar em equipamento para cortar cana, todo mundo ficou preocupado com o emprego. Hoje vemos que muitos buscaram conhecimento e melhoraram, trabalhando com as máquinas no campo e ganhando mais do que ganhavam. Não tem como o pequeno empresário fazer tudo na empresa dele, em algum momento vai ter que automatizar, buscando ferramentas e tecnologias de acordo com a sua necessidade e capacidade de investimento. É obrigação da indústria gráfica, empresários e associações se aproximarem das universidades de engenharia, produção gráfica, design, tecnologia, entre outras. Isso pode ajudar na atração de talentos para o setor".

Cidnei Barozzi: "Precisamos evoluir muito na gestão da indústria gráfica. A inteligência artificial vem forte para nos ajudar com indicadores, pois hoje não temos indicadores reais na nossa indústria. Em relação ao emprego, temos apagão de mão de obra. Na minha empresa tem 30% de venezuelano trabalhando porque não tem mão de obra na região. Todo mundo atualiza o parque gráfico e eu mesmo estou trazendo equipamento que tem robotização. Temos que estudar em como atrair os jovens para nossas empresas, até mesmo avaliando as possibilidades de sucessão familiar. O Seminário cumpriu com essa jornada para provocar a reflexão. O empresário que participou aprendeu várias coisas, mas tem que colocar em prática".

Marcos Dybas: "Cada vez mais precisaremos de técnicos e menos de impressores. As máquinas são caras e não dá para deixar na mão de quem não está capacitado para operá-las. O que eu vejo é problema de comunicação. Temos a Abitec e o Senai com tantas possibilidades de formação, com cursos rápidos e baratos, mas muitos empresários não enviam seus colaboradores porque acreditam que se eles se capacitarem serão cooptados pela concorrência. Faça com que a sua empresa seja um ambiente legal de trabalhar e os colaboradores vão querer ficar na sua empresa. Treine seus funcionários, ajude-os a se desenvolverem. A inteligência artificial vai ajudar a automatizar tarefas, mas a sensibilidade do humano vai prevalecer".

Edsel Lonza: "Estudo o mercado há 35 anos e posso garantir que ele se adapta, se ajusta e se renova. Vejam o exemplo desse Seminário. Temos 250 pessoas que estão em busca de conhecimento, e isso máquina nenhuma vai superar. A busca por conhecimento é o que destaca o ser humano, assim como a adaptação. Não tem como voltar atrás. A inteligência artificial, a robotização e a automatização vão acontecer para o pequeno, o médio e o grande empresário, mesmo com a resistência de alguns. A reflexão que cada um precisa fazer é o quão pronto está e que parte disso tudo vai melhorar o seu processo de gestão. Para quem não estiver preparado, a semente não vai vingar. O conhecimento empodera a empregabilidade de quem quer se manter no mercado, tanto colaboradores quanto empresários".

Negócios

O Seminário contou com o tradicional Salão de Negócios, espaço ao lado do auditório do Sebrae-PR em que fornecedores da indústria gráfica estavam presentes para conversar sobre produtos, equipamentos e tendências. A cada intervalo nas palestras, o salão ficou tomado pelos empresários e colaboradores das gráficas, que aproveitaram para ver algumas máquinas em operação, tirar dúvidas e iniciar contatos para futuros negócios.

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